A arquidiocese da Paraíba, cidade de João Pessoa, sediou o 4º Congresso Nacional de Seminaristas (COMINSE), organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) e pelo Conselho Nacional de Coordenação dos Seminários Missionários (COMISEs). O evento contou com a participação de 322 seminaristas diocesanos e religiosos, sendo 134 dioceses, entre eles, representando a Diocese de Caratinga, os seminaristas Yan de Souza Cardoso Carvalho (propedeuta) e Rivaldo Luiz Norival Domiciano (2º ano de filosofia). O tema do congresso foi “Missão ad gentes na formação de seminaristas”, e o lema “Sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (At 1,8). Ocorrido de 11 a 17 de julho, seu objetivo foi incentivar e aprimorar a formação missionária dos futuros sacerdotes no Brasil, tornando a missão como eixo central da formação e ajudando-os a adquirir um verdadeiro espírito missionário.
A primeira conferência foi ministrada pelo padre Dinh Anh Nhue Nguyen, OFMConv, que é o secretário Secretário-Geral da Pontifícia União Missionária (PUM). O tema abordado nesta conferência foi “por que e para que a missão ad gentes?”. Foram desenvolvidos três pontos chaves para responder a esta pergunta: “sereis minhas testemunhas”, “até os confins do mundo” e “o Espírito Santo guiará a missão”. Esta conferência serviu de abertura para o Congresso, oferecendo uma espiritualidade missionária muito profunda. Ao término de sua fala, padre Nhue, disse que “a missão da Igreja é ser Igreja da missão”, enfatizando que é fundamental uma abertura que nos faça ser testemunhas do amor de Cristo.
À vista disso, Irmã Regina da Costa Pedro, PIME, fez uma profunda reflexão sobre “a missão ad gentes no magistério da Igreja”, tema de sua conferência. Assim, de forma direta e dinâmica, partindo das sagradas escrituras até o Concílio Vaticano II, afirmou que cada documento da Igreja nasce dentro de um paradigma em uma realidade diferente, mas com um objetivo comum, que é enfrentar os desafios da sociedade vigente. Dessa forma, a essência da Igreja é ser presença de Cristo na vida de todos, visto que “tem sua origem, na missão do Filho e do Espírito Santo” (Lumen Gentium, n. 1).
Posteriormente, Dom Luiz Fernando Lisboa, da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, falou sobre o tema do encontro, “missão ad gentes na formação de seminaristas”. Assim, a partir de sua experiência missionária, principalmente quando viveu na África, refletiu sobre a necessidade de sair de si mesmo e seguir esse caminho, porque o discipulado acontece na missão. E é somente através dela que Cristo estará em saída nos diversos lugares do mundo, tendo sempre em vista que a missão só será ad gentes se ela testemunhar o amor de Cristo em nossas vidas.
Posteriormente, ministrada por Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro, a quarta conferência teve como tema: “a missão e a sinodalidade”. Ficou claro que a missão é uma dimensão constitutiva da Igreja, e que essa dimensão missionária da Igreja é, no mundo, a atuação da salvação de Jesus Cristo, não podendo assim, ser realizada por poucos e para poucos, pois Cristo foi ao encontro de todos. Assim, a sinodalidade e, ao mesmo tempo, a missão da Igreja deve abarcar todo o Povo de Deus. Alguns pontos chaves também foram elencados pelo conferencista, como a relação entre “Palavra de Deus” e “fraternidade”, visto que, quando todos se unem para celebrar, estão intimamente ligados; entre “Liturgia” e “serviço”, visto que o próprio significado de Liturgia é “serviço”; e, por fim, entre “caridade” e “missão”, já que a missão implica a ida ao encontro do outro e a prática do amor cristão.
Para concluir o Congresso, no sábado, os seminaristas participaram de uma experiência missionária, onde todos os participantes foram à alguma região da cidade, ou até em outras cidades, para colocarem em prática todo o aprendizado acerca da missão. Domingo ocorreu a missa de encerramento do Congresso, momento onde foi lida a carta compromisso e assumida pelos seminaristas. O 4º COMINSE incutiu, sem dúvida alguma, em todos aquela belíssima frase dita pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium, n. 273: “eu sou uma missão”.