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Papa Francisco: a Igreja que sonhamos é adoradora e serva de todos e dos últimos

30/10/2023 . Notícias Mundiais
Na celebração eucarística de encerramento da Assembleia Geral do Sínodo, Francisco pediu que Igreja se empenhe a adorar e servir ao próximo.
Papa Francisco presidiu Missa de conclusão da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos.
Na manhã deste domingo, 29, o Papa Francisco presidiu a celebração eucarística que marcou o fim da primeira parte da fase universal do Sínodo dos Bispos. Na Basílica de São Pedro, o Pontífice, em sua homilia, dirigiu-se especialmente aos bispos, cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos que, durante um mês, se reuniram na Sala Paulo VI para a assembleia sinodal, pedindo que a Igreja se empenhe a “crescer na adoração a Deus e no serviço do próximo”.
Refletindo o Evangelho deste 30º Domingo do Tempo Comum (cf. Mt 22,34-40), o Santo Padre retomou o questionamento feito por um fariseu quanto ao maior mandamento e a resposta dada por Jesus. Com a conclusão do Sínodo, apontou, “é importante fixar o ‘princípio e fundamento’, do qual uma vez e outra tudo começa: amar a Deus com toda a vida e amar o próximo como a si mesmo”. E, para traduzir este impulso de amor, Francisco propôs dois verbos: adorar e servir.
“Que a Igreja seja adoradora”
A adoração, segundo o Papa, “é a primeira resposta que podemos oferecer ao amor gratuito” que vem de Deus. Contudo, ele pontuou que as pessoas têm perdido o hábito de adorar, uma “maravilha própria” que “é essencial na Igreja”.
“Que esta seja uma atividade central para nós, pastores: dediquemos diariamente um tempo à intimidade com Jesus, Bom Pastor, diante do sacrário. Adorar. Que a Igreja seja adoradora! Adore-se o Senhor em cada diocese, em cada paróquia, em cada comunidade! Porque só assim nos voltaremos para Jesus, e não para nós mesmos”, exortou o Pontífice.
Entretanto, ele também sublinhou um importante aspecto: a luta contra a idolatria, uma vez que esta é uma obra do homem. “Quem adora a Deus rejeita os ídolos, pois, enquanto Deus liberta, os ídolos tornam-nos escravos”, alertou.
“Uma Igreja serva de todos”
Em relação ao segundo verbo apresentado, o Santo Padre sinalizou que há uma íntima relação entre Deus e o próximo. “Não existe uma experiência religiosa que seja surda ao grito do mundo, uma verdadeira experiência religiosa”, frisou, concluindo que “não há amor a Deus sem envolvimento no cuidado do próximo” e que a reforma da Igreja deve dar-se a partir da adoração e do serviço.
“Adorar a Deus e amar os irmãos com o seu amor, esta é a grande e perene reforma. Ser Igreja adoradora e Igreja do serviço, que lava os pés à humanidade ferida, acompanha o caminho dos frágeis, dos débeis e dos descartados, sai com ternura ao encontro dos mais pobres”, indicou Francisco.
Neste contexto, ele recordou o sofrimento de tantas pessoas ao redor do mundo: “penso naqueles que são vítimas das atrocidades da guerra; nas tribulações dos migrantes, no sofrimento escondido de quem se encontra sozinho e em condições de pobreza; em quem é esmagado pelos fardos da vida; em quem já não tem mais lágrimas, em quem não tem voz”.
A estes, que tanto sofrem, que a Igreja deve olhar, explicou o Papa. “Esta é a Igreja que somos chamados a sonhar: uma Igreja serva de todos, serva dos últimos. Uma Igreja que acolhe, serve, ama, sem nunca exigir antes um atestado de ‘boa conduta’. Uma Igreja com as portas abertas, que seja porto de misericórdia”, expressou.
A experiência da sinodalidade
Com a conclusão da assembleia sinodal nesta primeira parte da fase universal, o Pontífice partilhou que este período de “conversação do Espírito” foi uma experiência marcada pela “terna presença do Senhor”, pela “beleza da fraternidade” e pela “escuta do Espírito”.
“Hoje não vemos o fruto completo deste processo, mas com uma visão ampla podemos contemplar o horizonte que se abre diante de nós. O Senhor nos guiará e nos ajudará a ser uma Igreja mais sinodal e mais missionária, que adora a Deus e serve as mulheres e os homens do nosso tempo, saindo para levar a todos a alegria reconfortante do Evangelho”, finalizou Francisco.
Fonte: Vatican News

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