A Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil se encontra na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com a tarefa de realizar, entre os dias 8 a 12 de agosto, a síntese das contribuições enviadas da fase de escuta realizada pelas Igrejas Particulares. Até esta segunda-feira, 8 de agosto, chegaram cerca de 200 contribuições das Igrejas Particulares, o que representa 70% das dioceses brasileiras. A equipe tem o trabalho, a partir das orientações da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, de reunir em um único e breve arquivo as contribuições elaboradas por cada Igreja Particular em um documento de apenas 10 páginas.
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, membro da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no país, definiu esse momento de síntese como a “escuta das escutas”, um trabalho, segundo ele, muito exigente.
O maior desafio, de acordo com o secretário-geral, é assegurar a fidelidade a tudo que, por meio das falas locais, o Espírito Santo falou à Igreja no Brasil. “Por isso, elaborar esta síntese exige uma atitude reverente, cheia de fé e compromisso”, descreve.
O secretário-executivo do regional Sul 2 da CNBB, padre Valdecir Badzinski, contou que a equipe está admirada com a diversidade de aspectos eclesiais contidos nas sínteses vindas das dioceses. Segundo ele, o material é um relevante raio X das múltiplas realidades do Brasil, onde as experiências se multiplicam a partir de cada realidade eclesial. “Estas sínteses servirão de base propulsora e inspiradora para novos projetos relacionados à Igreja no Brasil, aprimorando a bela e profícua caminhada eclesial já realizada”, afirmou.
Segundo ele, os desafios que acompanham todo o processo sinodal também aparecem nas contribuições enviadas pelas dioceses, como: a questão geográfica, a multiplicidade cultural, a experiência eclesial, o fato do ouvir a todos, o tempo presente, os múltiplos meios de influência, a liberdade de expressão e o clericalismo. “Estes e outros desafios exigem da equipe de síntese aguçadas habilidades para não desconsiderar o que chegou e, ao mesmo tempo, conciliar uns com os outros em vista de uma igreja melhor”, destaca.
De acordo com assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Mariana Venâncio, a Equipe de Animação do Sínodo 2023 fez um trabalho prévio de preparação para a realização da síntese. Desde o fim de julho, cada um dos 14 integrantes da equipe, ficou responsável por analisar um dos horizontes indicados pelo Documento Preparatório para a escuta diocesana.
“À medida em que as sínteses diocesanas eram enviadas, iam sendo também compartilhadas com toda a equipe para a leitura. Hoje, no nosso primeiro dia presencial de trabalho, alinhamos detalhes como os horários da semana, a metodologia da redação da síntese e a linguagem que vamos adotar, por exemplo. No início desta semana, estamos concluindo essas leituras e preparando uma apresentação geral, que será feita por cada integrante do grupo, a toda equipe”, informou.
Ela explica que essa visão geral tem por objetivo fazer com que todos tenham ciência sobre as contribuições apresentadas, não só sobre o horizonte pelo qual ficou responsável. Assim todo o grupo poderá contribuir sobre os temas e as contribuições que precisam figurar na síntese final. “A partir do meio da semana, pretendemos que cada um já possa ir redigindo a síntese da parte que assumiu para que, até a sexta, possamos fechar o texto todo, fazendo as revisões, correções e adequações necessárias.
Segundo a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB um dos maiores desafios é elaborar uma síntese que ofereça o panorama da escuta em um Brasil tão diversificado, incluindo a maior parte das contribuições e não apenas privilegiando o discurso da maioria. Ela destaca que o primeiro contato com as contribuições demonstra que elas serão um importante instrumento de estudo e aprofundamento, tanto no campo da pesquisa, quanto no âmbito pastoral, em benefício da caminhada da Igreja no Brasil e, até mesmo, em âmbito universal.
Fonte- CNBB