Diocese de Caratinga

Rádio Eclesia

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM

22/01/2023 . Comentários Homiléticos

1ª LEITURA – Is 8,23b-9,3

Neste oráculo messiânico, contemplamos os contrastes trevas-luz, ação do opressor-ação de Deus, morte-vida para o povo.

A situação do povo do Norte

“No tempo passado” é uma referência às duas tribos do Norte, ou seja, Zabulon e Neftali, passagem necessária dos dois gigantes que governavam o mundo antigo: de um lado o Egito, do outro a Mesopotâmia. Em tempos de confronto e guerras, as tribos do Norte eram pisoteadas pelas botas dos soldados, pelas patas dos cavalos e pelos carros de guerra. O povo vivia nas trevas, numa situação de morte.

A ação de Deus

O v. 3 do capítulo 9 traz uma lembrança antiga. Estas primeiras lembranças foram os dias de Madiã, quando Deus dá força a um punhado de gente (apenas trezentos homens) sob a liderança de Gedeão, capacitando-a para afugentar o exército dos opressores madianitas com milhares de soldados (cf. Jz 7,15-25). Agora, Deus quebra “o jugo do opressor, a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais”. Deus faz as chamas devorarem as botas dos soldados e as capas empapadas de sangue. Todas estas imagens querem dizer que Deus libertará o povo do norte do poder dos seus opressores.

O resultado da ação de Deus

No lugar de trevas, o povo vê brilhar uma grande luz. É a esperança que renasce. O povo se multiplica. Prazer e alegria de viver voltam a reinar no meio do povo. A alegria do povo é comparada ao prazer da colheita, após o esforço da semeadura; à satisfação de repartir os despojos da guerra, após a dureza da batalha.

2ª LEITURA – 1Cor 1,10-13.17

Exortação à unidade

Paulo faz um pedido solene em favor da unidade. É em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo que ele pede. Na comunidade de Cristo não pode haver divisões. A comunidade deve buscar a unidade através da união no mesmo espírito e no mesmo modo de pensar. Não se trata de uma unidade ou de um simples respeito pelos diversos partidos. Uma comunidade partida não é uma comunidade unida. A unidade deve brotar do próprio Cristo que não está dividido. Nós somos membros do Seu Corpo.

Qual era a situação da comunidade?

Era de uma lamentável e escandalosa divisão em partidos ou grupos. Uns se diziam ser de Paulo (os mais abertos!), outros, de Cefas-Pedro (os mais fechados!), outros, de Apolo (os mais intelectuais!), e outros, de Cristo (os mais carismáticos e místicos). Curioso! Estariam os Apóstolos no mesmo pé de igualdade com Cristo? Ao invés de Paulo criticar os outros líderes, ele critica o grupo que se diz ligado a ele. “Paulo foi crucificado em favor de vocês! Vocês foram batizados em nome de Paulo?” Quando Paulo diz que batizou apenas poucas pessoas, ele mostra que o papel de pregador é mais exigente do que o de simplesmente batizar. A unidade deve ser feita em torno de Cristo. Cristo é inconfundível. É ele que morreu por todos. É em nome dele que todos nós somos batizados. É em torno dele que nos devemos unir. O importante, na Comunidade, é o anúncio da unidade em Cristo, anúncio feito com simplicidade e com testemunho de humildade, para que a cruz de Cristo não se torne inútil. Nosso orgulho, vaidade e divisões podem inutilizar a cruz de Cristo.

EVANGELHO – Mt 4,12-23

Jesus realiza a profecia de Isaías (vv. 12-17)

Mateus apresenta Jesus realizando o que lemos na primeira leitura. Logo após a morte de João Batista, que fecha o Primeiro Testamento, Jesus abre as portas do Segundo, deixa Nazaré e vai morar em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia, nos confins de Zabulon e Neftali. Jesus cumpre assim a profecia de Isaías. O povo que vivia na região escura da morte viu uma grande luz e essa luz é Jesus.
Qual era o conteúdo da sua pregação? “Convertam-se, porque o Reino de Deus está próximo”. Esta é a síntese da mensagem de Jesus: a conversão, pois o Reino de Deus está chegando nele. É através do arrependimento e da adesão ao projeto de Jesus que chega o Reino, um Reino de luz, de paz e de vida.

Jesus convoca os primeiros seguidores do Reino e começa Sua atividade

É no quotidiano da vida de cada um de nós que Jesus nos encontra, nos olha e nos chama a participar do Reino. Os quatros primeiros seguidores são dois grupos de irmãos: Simão e André, Tiago e João. Jesus os chama para o seguimento e para fazer deles uma comunidade de irmãos. Aqui vemos uma ruptura com o quotidiano, uma confiança total em Jesus e o risco do imprevisível. Eles deixaram tudo por causa de Jesus, por causa do Reino. Jesus começa, então, a pregar, dentro e fora das sinagogas, a Boa Notícia do Reino e a curar todo o tipo de doenças e enfermidades do povo. A vida começa a reaparecer com a atividade de Jesus.

Dom Emanuel Messias de Oliveira
Bispo diocesano de Caratinga

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