Mergulhadas na fase diocesana do Sínodo 2023 prevista para acontecer até março de 2022, cada Igreja Particular no Brasil vai encontrando a melhor forma de realizar a escuta do Povo de Deus que vive em sua circunscrição. A 16ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, convocada pelo Papa Francisco, será realizada em 2023.
O Papa tem afirmado que o “caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do Terceiro Milênio”. Embora o encontro de conclusão do Sínodo esteja previsto apenas para 2023, as dinâmicas do sínodo já começaram nas dioceses de todo o mundo, desde o dia 17 de outubro. O Povo de Deus, em todo o planeta, está convocado a participar, indicando quais caminhos a Igreja deve seguir para viver um renovado ardor missionário, atualizando sempre mais as suas estruturas, funcionamentos e ações. Esse caminho sinodal de três anos é articulado em três fases (diocesana, continental, universal), feito de consultas e discernimento, que culminará com a assembleia de outubro de 2023, em Roma.
Na diocese de Caratinga (MG) tudo começou quando um grupo de quatro pessoas participou de uma formação dia 29 de julho, oferecida de forma on-line pela Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil. Estas quatro pessoas foram convidadas pelo bispo diocesano, dom Emanuel Messias de Oliveira, para compor a Equipe Diocesana do Sínodo: Gicelia Araújo Azevedo de Oliveira, secretária pastoral, Cainan Silveira, coordenador da Pascom e membro da forania de Inhapim, o padre Patrício Geraldo Fialho, vigário episcopal da diocese, coordenador diocesano de pastoral e coordenador da equipe diocesana do Sínodo 2023 e a irmã Vânia Danielle.
A equipe fez um estudo dos documentos preparatórios e o Vade Mecum que deu base para realização de um Encontro com o Clero da diocese dia 15 de outubro sobre o processo sinodal, com abertura no mesmo dia, às 19h, com uma celebração na paróquia São Judas Tadeu, em Caratinga.
Também foi realizado um outro encontro de Formação de Missionários Sinodais no dia 24 de outubro, com participação de 120 pessoas de seis foranias (leigos, padres e religiosas) destinado à capacitação das equipes que estão coordenando o processo de escuta nas 56 paróquias da diocese. Em novembro começaram as atividades nas paróquias e comunidades com a previsão da conclusão dos trabalhos em janeiro de 2022 e a consolidação do relatório diocesano em março. De acordo com a equipe de coordenação diocesana, apenas três paróquias ainda não iniciaram o processo.
Cada paróquia recebeu uma vela para o processo de abertura sinodal paroquial que teve início com uma celebração eucarística e envio de missionários, conforme sugestão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Na foto, o vigário episcopal da diocese, coordenador diocesano de pastoral e coordenador da equipe diocesana do Sínodo 2023, padre Patrício Geraldo Fialho, à esquerda, entrega a vela aos representantes da paróquia Santa Margarida.
De acordo com o coordenador da Pascom e membro da paróquia Santo Estevão (Iapu), Cainan Silveira, a vela, adotada como símbolo da caminhada sinodal em sua diocese, ilumina a caminhada na certeza de que todos serão escutados, principalmente os mais pobres e marginalizados, a fim de que com a luz de Cristo será promovida a unidade da Igreja por meio da comunhão, fraternidade e a missão.
O coordenador da equipe diocesana do Sínodo 2023, padre Patrício Geraldo Fialho, acredita que este Sínodo já estava no coração do Papa Francisco. “Este Sínodo não se resumirá a um momento, não se resumirá ao tempo de 2021 até 2023. O Sínodo é uma proposta perene para tornar a Igreja sinodal na dinâmica de caminhar juntos. Trata-se de uma identidade da Igreja. Que supere o clericalismo, o machismo, o individualismo e que tenha uma espiritualidade aberta ao outro, à natureza. Uma Igreja que é chamada a ser servidora, que se preocupa com a vida onde se encontra ameaçada e com as questões sociais e ecológicas deste tempo”.
Mais de 150 pessoas participaram, no sábado, 20 de novembro, do Encontro Arquidiocesano de Formação para a Escuta Sinodal, na Casa Dom Bosco, da arquidiocese de Maceió (AL). Como parte do processo de escuta, o evento reuniu padres, representantes de movimentos e paróquias. Explicações sobre a proposta da Igreja, oficina de escuta e orientações sobre as próximas etapas fizeram parte da programação.
O arcebispo metropolitano de Maceió, dom Antônio Muniz Fernandes, que permanece em repouso por recomendação médica, falou ao clero e fiéis por meio de vídeo. “A Igreja vive um exercício de sinodalidade para que, em todas as regiões, possa participar desse processo de escuta. Escutar o que o povo vive e sente e, por isso, é muito importante a participação de todos. Assim, estaremos em comunhão com o grande desejo do Papa Francisco, trilhando um caminho importante da Igreja”, sintetizou o arcebispo.
A equipe arquidiocesana pré-sinodal é coordenada pelo padre Fernando Bezerra, que lembra que desde o dia 17 de outubro, a arquidiocese de Maceió está mobilizada no processo sinodal. Esta formação, segundo ele, foi o pontapé inicial para a formação das equipes paroquiais. “Fizemos encontros, formações, a nível arquidiocesano, mas também a nível já de setores, que já se reuniram”, explicou.
Até o dia 20 de dezembro, as paróquias vão apresentar as equipes responsáveis pelos trabalhos locais do Sínodo, quando iniciará as formações por áreas e setores. Essa etapa se estenderá até março de 2022. A partir disso, o processo de escuta acontecerá nas paroquias até julho.
Criatividade nos instrumentos e orientações
A diocese de Rio Grande (RS), após a abertura, também está vivendo a fase na qual as paróquias, setores e movimentos estão realizando seus encontros sinodais. A coordenação local do sínodo produziu um roteiro para a Assembleia Paroquial Sinodal que está conduzindo este processo de escuta. A Assembleia Diocesana de Pastoral também destinou parte de sua pauta para realizar uma formação sobre o Sínodo e dar os encaminhamentos em sua realidade. O roteiro segue a espiritualidade dos Discípulos de Emaús (Lucas 24, 13-34) e propõe o diálogo em torno das questões levantadas pelo Sínodo.
A arquidiocese de Belo Horizonte (MG) preparou um infográfico para apresentar as etapas:
Fonte- CNBB