Encerramento da Semana Nacional da Família e apresentação do brasão da Paróquia Santo Antônio de Pádua de Caparaó

Um brasão paroquial é um símbolo da identidade da Paróquia. O brasão da Paróquia Santo Antônio de Pádua de Caparaó foi criado por Pe. Higor Luiz Arantes Nepomuceno, seu primeiro pároco, e desenhado, graficamente, por Douglas Balbina.

Projetado nas semanas imediatamente anteriores e posteriores à instalação da Paróquia, aos 18 de junho de 2023, ele foi apresentado ao CPP no dia 21 de julho de 2023 e, tendo sido aprovado, foi apresentado oficialmente, no dia 19 de agosto de 2023, nas vésperas da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora e encerramento da 1ª Semana da Família na Paróquia, celebrada em sintonia com o Ano Vocacional no Brasil.

O brasão da Paróquia Santo Antônio de Pádua de Caparaó contém os elementos característicos da Heráldica Eclesiástica, isto é, a cruz hastil, o escudo e o listel, e figuras que apontam para a região, a história, a missão e a espiritualidade desta paróquia.

A cruz hastil recorda a sinal do cristão, a cruz que precede as procissões e o seguimento a Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, o Pastor que guia, conduz, cuida e mostra o caminho. A cor dourada da cruz aponta a realeza de Cristo.

O listel apresenta o nome da Paróquia e a data do decreto de sua criação. A cor vermelha do listel sinaliza a caridade ardente de Deus, que nos amou por primeiro, que criou e permitiu esta porção do Povo de Deus e que convida ao amor a Ele e aos irmãos, que quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade. Eis a força motriz da evangelização e da razão de ser de uma paróquia.

O escudo é dividido em duas partes pela silhueta das montanhas. Lembra o ato criador divino que, no princípio, criou o céu e a terra. As montanhas são uma característica inegável da região. Entre essas, está o Pico da Bandeira, terceiro ponto mais alto do Brasil, do qual parte pertence ao território desta paróquia. As montanhas escolhidas para a composição do brasão remontam à “face de Cristo”. Nelas, escorre uma água límpida e revigoradora. Aliás, o próprio nome “Caparaó”, segundo uma das tradições, significa “águas cristalinas que descem a montanha”. Esse conjunto, que atrai cidadãos e fiéis do mundo todo, é evocado na simbologia do brasão e elevado a uma categoria espiritual.

As águas que descem do Alto recordam o Batismo e o nascer do Alto, a nova vida em Cristo. Por isso, na base do escudo, há uma concha dourada e uma gota d’água. Por este sacramento, aceita-se a fé cristã e o intuito de viver coerentemente com ela; por ele, somos integrados à Igreja, Corpo de Cristo. A fé advém da escuta da Palavra. Esta adesão a Jesus Cristo torna-nos discípulos-missionários d’Ele. Todos são chamados a, continuamente, ouvir e anunciar a Palavra de Deus. Por isso, no centro das montanhas há uma bíblia aberta.

Aliás, a bíblia também se faz presente nas imagens de Santo Antônio de Pádua, padroeiro desta paróquia, exímio pregador e defensor da fé católica, proclamado Doutor da Igreja Universal, “Doutor Evangélico”. Ele reforçava que a evangelização acontece primeiramente pelas obras, pelo jeito de viver.  Por sua coragem e retidão em defesa da doutrina, foi considerado “o martelo dos hereges”, simbolizado no brasão na figura do martelo unido à Palavra. Eis um ideal: com coragem, anunciar a fé e o Evangelho com a vida e com palavras.

Sobre as montanhas, resplandece o Augustíssimo Sacramento; junto dele, simbolizados pelos lírios, estão os que deram a vida por Jesus, vivendo na pureza, alvejados no sangue do Cordeiro. O Santíssimo Sacramento, realmente o corpo e o sangue de Jesus, Salvador dos homens (JHS – em latim, Iesus Hominum Salvator), é luz, é vida, é alimento, é memorial e penhor da Redenção. Os lírios são um dos símbolos do grande Santo Antônio, e, sobretudo, da Santíssima e Imaculada Virgem Maria. Sendo doze, recorda, ainda, a apostolicidade da Igreja e a vocação de todos à plena santidade.

A videira que emoldura o brasão simboliza a Igreja unida a Cristo, pois Ele mesmo disse: “Eu sou a videira e vós os ramos” (Jo 15,5). Os fiéis são enxertados nesta Videira pelo Batismo; alimentados pela Palavra e pelo Corpo e Sangue de Cristo, formam, com Ele, no Espírito Santo, um só Corpo e são enviados em missão para que todos sejam discípulos d’Ele.

Quanto às cores: o dourado da cruz, da videira, da concha, dos raios e das margens do escudo refere-se à nobreza, ao poder, à realeza de Cristo, da Igreja, da fé. O prata da hóstia, dos lírios, da bíblia e do martelo exprime integridade, pureza, obediência e firmeza. O vermelho do listel e das letras JHS afirma a caridade e a vitória do sangue redentor. O verde das montanhas alude à esperança cristã, ao viço advindo da fé e da liberdade em Cristo, e à harmonia e amizade querida entre os cristãos. O azul aponta para a imensidão, a justiça e a beleza do divino; para o cuidado materno e exemplo de Maria, serva eucarística, sobre esta paróquia; e para o zelo, acolhimento, caridade e vocação dos fiéis.

A Paróquia Santo Antônio de Pádua de Caparaó, formada por 22 comunidades, nasceu a partir do desmembramento de outras duas paróquias, por anos pastoreadas por religiosos da Congregação dos Missionários do Santíssimo Sacramento. Como se denota no brasão paroquial, o testemunho do Servo de Deus, o Padre Júlio Maria De Lombaerde e a espiritualidade julimariana continuam motivando a missão evangelizadora nos férteis terrenos da nova paróquia dedicada a Santo Antônio de Pádua. São expressões da fé viva da Igreja Católica e insígnias do discipulado-missionário cristão. Registre-se, por fim, a sintonia do significado do brasão paroquial com a oração no primeiro discurso do pároco, por ocasião da instalação da Paróquia.