Há um costume entre os paroquianos de Manhumirim e os devotos do Pe. Júlio Maria De Lombaerde: celebrar uma semana de oração em prol da sua causa de beatificação, terminando no dia 8 de janeiro, dia em que se faz memória ao batismo do missionário belga. É interessante esse costume, pois é desde a sua chegada nestas terras que se comemora o seu natalício no dia do seu batismo.
O batismo é a celebração da vida e da fé no caminho de Jesus Cristo. Neste dia festejamos de modo triplo a vida do Pe. Júlio Maria: a vida como sopro de Deus [nascimento], a vida de fé em Cristo (o dia em que ele foi batizado) e, caso a Igreja reconheça sua santidade, queremos comemorar nesta data o dia do Pe. Júlio Maria.
Neste ano a Semana de Oração pela Causa da Beatificação do Pe. Júlio Maria tem como tema: Santidade: Um chamado para todos. Será um momento de oração e de catequese sobre a Santidade na Igreja a partir do quinto Capítulo da Lumen Gentium, Constituição dogmática sobre a Igreja. Neste capítulo o Concílio Vaticano II apresenta o tema da vocação universal à santidade na Igreja. “[…] todos os fiéis, seja qual for seu estado ou classe, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade: por esta santidade se promove, também na sociedade terrena, um teor de vida mais humano”. [LG n.º 40].
A santidade foi algo sempre cultivado no coração do Pe. Júlio Maria. Ele a desejou, a viveu e a ensinou. Encontramos em sua literatura vários ensinamentos sobre o tema da santidade como um ideal a ser alcançado: “Um ideal! Sim, a alma tem precisão de um ideal! Nunca seremos grandes, nunca seremos elevados, nunca seremos santos, se não caminharmos para um ideal. Meu Deus, dai-me um ideal, a fim de que esta vida e este ardor, que sinto transbordar em mim, possam finalmente, expandir-se” [Ensinamentos de Nazaré, pp. 22-23]. A santidade é um caminho aberto por Deus para todos. “A verdade é que Deus chama todos os homens à santidade. É uma lei universal: sede santos”. [Evangelho das festas Litúrgicas pp. 443-444]. Os santos foram santos porque deixaram Deus trabalhar neles e fizeram um caminho de renunciar a si mesmos: “Os santos foram o que nós somos, mas além disso, eram convencidos de que nada eram e nada podiam, e esta completa desconfiança de si encheu-os de uma confiança completa em Deus”. [Evangelho das festas Litúrgicas pp. 443-444]. Pe. Júlio Maria partilha sua inclinação por trilhar esse caminho de santidade, cooperando com a graça de Deus: “A santidade é rara, porque ela custa. É uma obra a dois: Deus e nós. A graça e o esforço. Obtém-se a graça pela oração fervorosa. O esforço pela atenção sobre si e pela união a Nosso Senhor”. [Reglement, p. 41].
Aproveitemos esta semana para rezar o tema da santidade na Igreja olhando para nossa vida cristã, hoje, na companhia do Servo de Deus Pe. Júlio Maria, que nos ajuda a responder ao chamado de Jesus: “Sedes santos, como vosso Pai é santo”. [Mt 5,48].
Pe. Marcos Antônio Alencar Duarte, SDN